O jogo foi no acanhado estádio Lindolfo Monteiro, já que o Albertão está interditado para reformas. O Lindolfinho não cabe mais de 5.000, sendo que a maior parte tem que agüentar o concreto quente. Mesmo assim achei que faltaria espaço, mas não foi bem assim. Até que a torcida compareceu, mas a verdade é que havia muito espaço vazio. Talvez pelo preço do ingresso. Paguei chorando R$ 10 pra Geral. Não teria coragem de desembolsar R$ 20 pela Arquibancada ou R$ 30 pela Cadeira.
A falta de motivação da torcida também reflete o péssimo momento que passa o time principal do Flamengo. Sem Brasileirão, sem Libertadores, sem Ronaldo, sem técnico e sem dinheiro, só um bando de cartola escroto que fala muito e trabalha pouco. O Flamengo precisa abandonar esse modelo cultural que empurra o time ladeira abaixo. Chega de amadorismo, somente uma gestão séria apontará o recomeço de uma geração gloriosa.
E se não bastasse o preço do ingresso, ainda caiu uma chuvinha chata, fria e persistente. Para piorar, os jogadores do Flamengo carioca chegaram com mais de uma hora de atraso. Alguns diziam que eles ainda não haviam recebido a cota do amistoso. Calote? Será? O tema nos leva a outra questão: o que faz uma trupe de jogadores veteranos fazer um tour pelo país? Alguns dizem que é o amor pelo brasão, outros apontam o dinheiro, eu acho que é a vontade de sentir novamente o calor da torcida.
O jogo terminou 4 a 2 para o Flamengo do Rio. Vi pouca coisa. Muito ruim assistir jogo do chão, o cara não entende nada do que rola em campo. De qualquer forma, deu para curtir um pouco o talento de alguns ex-craques rubro-negros como Adílio, Cláudio Adão, Júlio Cesar (Uri Geller), Andrade, Zé Carlos. Faltou muita gente da geração anos 80, o engraçado é que alguns otários pensaram que o Zico estava jogando. A maior estrela da delegação era o Nunes (artilheiro do mundial), mas ele nem entrou em campo.
A galera aproveitou para pegar autógrafo dos craques. Os mais simpáticos foram Júlio César e Cláudio Adão. O Nunes só atendeu a torcida depois de muita insistência, mas também foi legal. O Adílio só cumprimentou rapidamente. O resto do time nem passou perto do alambrado. O mais tosco é que os autógrafos só duravam poucos segundos, debaixo de chuva tinta nenhuma resiste. De qualquer forma, todo mundo agora sabe que aquele borrão azul no manto sagrado quem fez foi o Nunes. Já posso morrer em paz.