quarta-feira, 23 de maio de 2012 às 19:06

O fim da gordura boa

A geração anos 80 do Flamengo tornou o clube grande. Deu soberania ao rubro-negro em diversas esferas. Foram quatro brasileiros, uma Libertadores e um mundial. Aquela geração formou dezenas de milhões de torcedores fanáticos, criou a mítica do Maracanã e definiu o significado de Manto Sagrado.

Mas para os infelizes que nasceram depois dos anos 80, sobrou a gordura. Salvo as exceções, ano após ano a torcida viu de perto o clube ser depredado. A marca CRF que tanto trazia respeito, hoje é sinônimo de deboche.

O Flamengo perdeu a hegemonia no Campeonato Brasileiro, foi esquecido internacionalmente e deixado para trás nas conquistas dos torneios mais importantes. Pior do que isso, o time esqueceu a tradição tática ofensista e se amarrou aos volantes medíocres.

A última muleta do Flamengo é a torcida. A chamada Nação, viu os são-paulinos e palmeirenses multiplicarem-se nos anos 90, o Santos virando febre em 2000 e Corinthians transformando-se em monstro demolidor. Tanto que recente pesquisa entre os jogadores mostrou que os corintianos são os mais temidos nas arquibancadas.

Sem glórias, ídolos e torcida, o que sobrou do Flamengo? Nada... Ou melhor: dívidas. Ao longo dos anos temos acompanhado uma sucessão de conselheiros e diretores enchendo o bolso de grana, roubando o clube e destruindo a esperança de um futuro. Hoje o Flamengo não tem camisa, não tem respeito e acabou a moral. Qualquer um chega na loja, por exemplo, pega o que quer e sai sem pagar.

Afinal, pelo princípio vampetiano, se o Flamengo finge que paga o Ronaldinho, o Assis tem todo direito de fingir que paga pelas camisas.
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