Hoje venho aqui refutar Nelson Rodrigues.
Querido Nelson, onde você estiver, me escute. A camisa do Flamengo não é uma bastilha inexpugnável. Essa tal camisa, na verdade, de nada vale. Há quem a venda. Há quem a compre. Há quem a pinte. Há quem a risque. Há até aqueles que a queimam.
Verdadeiramente inexpugnável, Nelson, é a torcida rubro-negra!
Ontem ela mostrou para o mundo o seu chicote! Um chicote feito de vozes e vibrações. Durante 90 minutos os jogadores sentiram nas costas a pressão cortante de 40 mil capatazes. Bons, ruins, craques ou perebas, não importa, o bafo da raça ao pé do ouvido transformou medíocres em heróis.
Parafraseando meu amigo Nelson, há de chegar talvez o dia em que o Flamengo não precise nem de camisa. Bastará a torcida, cantando numa só voz. E, diante do furor impotente do adversário, os torcedores serão uma bastilha inexpugnável.
Quanto ao Ronaldinho, o recado foi dado pela própria torcida, citando o rapper Emicida: "Quem nasce lagartixa nunca será crocodilo!"