A primeira coisa que percebi é que o pessoal não consome nada. De vez em quando alguém pede uma cervejinha, um cocão, nada além disso. Não acho certo. O dono do bar coloca Sky, compra o pacote do Brasileirão, tem que ter algum retorno.
Contrariando a maioria, pedi uma Coca-Cola (não bebo Coca, mas não tinha outro refri) e um queijinho. O queijo tava uma merda, provavelmente estragado. Mas fiquei com vergonha de deixá-lo na mesa sem nem triscar. Ofereci pra o vizinho de mesa, mas ele não quis aventurar. Engoli uns três pedaços só pra disfarçar.
Chegou tanta gente pra assistir ao jogo que o lugar estava parecendo uma arquibancada. E foi muito divertido. Os caras passam o jogo todo fazendo comentários. O alvo principal foi o Obina. Toda vez que o (ex) Anjo Negro pegava na bola era uma gritaria. Todo ataque ele atrapalhava. Até comemoração de gol ele consegue esculhambar.
Um moleque gritou lá atrás: "Ô Obina, pede pra cagar e sai." Outro sujeito estava xingando inclusive o olheiro que descobriu o Obina. Depois de mais um gol perdido, dois caras discutiam como o Obina tinha conseguido ser artilheiro do Brasileirão (nem sei se foi). Chegaram a conclusão que ele estava com macumba no corpo.
Quando começaram a xingar o Josiel, ele foi lá e marcou o primeiro gol. No segundo tempo ainda marcou um golaço por cobertura. Foi o suficiente para uns pedirem seleção. Outros mais empolgados diziam que o Imperador vai pegar banco pro Josiel.
O que ninguém estava discutindo era a atuação do Ibson. Craque, craque, craque. Pena que vá sair no próximo mês. Já estou imaginando esse time do Flamengo sem o maestro. O passe pro segundo gol foi primoroso. Ele é o rei das invertidas, das assistências, das roubadas de bolas. Pra mim, o Flamengo deveria comprar o Ibson definitivamente. Jogadoraço. Completo.
Veja os gols: