Em julho desse ano o
Flamengo comemorou a assinatura de um contrato com a
Olympikus. A empresa de material esportivo investirá R$ 20 milhões anuais no clube. Comparado ao que a Nike pagava, é um valor realmente significativo. Todo mundo comemorou.
De lá pra cá a
Olympikus já vendeu 1.101.259 camisas do
Flamengo. O número, segundo o site oficial, é um recorde absoluto no futebol do país. O uniforme custa nas lojas a bagatela de R$ 159,90. Fazendo uma continha rápida, chegamos à receita de R$ 176.091.314,10. Desse valor, somente R$ 8.810.072,00 vai pro
Flamengo, pois o clube recebe R$ 8,00 por cada camisa vendida.
Tirando os custos do material e o percentual que fica pro lojista, o resto é lucro da
Olympikus. Arredondando a conta, a empresa faturou nesses cinco meses de contrato, algo em torno de R$ 100 milhões de reais. Isso somente vendendo camisas, não estou contando a comercialização de meiões, camisas de treino, etc.
O site do clube fez muita propaganda dessa "marca histórica", inclusive dividindo espaço com o hexacampeonato brasileiro conquistado no domingo.
Como um negócio desses é possível?
Pode parecer inocência da minha parte, mas acredito que se o
Flamengo tivesse ele próprio assumido o controle da fabricação, distribuição, publicidade e venda das camisas, teria ganho nesses cinco meses, R$ 100 milhões, ao invés dos míseros R$ 28,8 milhões pagos pela
Olympikus.
Não sou contra a terceirização. Sou contra esse modelo comercial que tira R$ 159,90 do bolso do torcedor e entrega R$ 8,00 ao clube. E isso é só um de exemplo mínimo de como o
Flamengo perde dinheiro por sua própria incapacidade de compreender o valor de sua marca.